sábado, 16 de maio de 2009

Is it so damn hard?

Bem..Vim aqui com intenção de escrever sobre tudo menos a velhinha...

Também esta semana no meio de uma conversa com uma mãe sobre a sua filha, universidade, médias, cursos...Aquelas conversas do costume..ela me disse com toda a certeza do mundo que nunca teria escolhido o curso que escolhi...nem a filha dela alguma vez o escolheria..isto porque lhe mostrei o planeamento de testes,projectos,fichas,exames e trabalhos do 1º semestre....
E fiquei a pensar....há tanta gente que não consegue perceber o esforço necessário para tirar um curso no técnico e conseguir conciliá-lo com o trabalho, escola de condução, amigos, namorado, família e outras coisas, que têm que ser feitas em casa...gente essa que se vira e diz
"Não tens nada que reclamar, o teu trabalho é estudar..e só tas a trabalhar porque queres"
...Hum..portanto..segundo essa gente...supostamente um estudante deve viver completamente à conta dos papás, não pode ter vida social e ficará em casa dos papás até ter 40 anos...

Portanto..perdi-me...
Será assim tão difícil de perceber que os estudantes universitários (pelo menos alguns) estudam tantas ou mais horas que certas pessoas trabalham?
Será assim tão difícil perceber que um estudante trabalha para poder ajudar a família a não gastar tanto dinheiro para coisas que passa a poder pagar?
Será impossível compreender que há pessoas que querem ser independentes o mais rapidamente possível?
Ou será que eu é que estou errada?
Será que os meninos que não trabalham, andam na universidade a passear os livros (e ás vezes nem isso) e passam a vida a dizer que hão-de viver em casa dos pais para sempre é que fazem o correcto?
É assim tão complicado?
Como é que há gente que não percebe a sorte que tem?
Seja porque os papás lhes pagaram a carta, a universidade, o carro, o seguro e a gasolina do mesmo, pagam também as férias, quando os meninos querem ir sabe-se-lá para onde, tudo o que querem têm...e depois nem conseguem agradecer pelo simples gesto de nos aniversários ou no dia do pai ou mãe lhes darem alguma coisa significativa..Ou pelo menos que tivessem consciência da oportunidade que lhes foi oferecida e se esforçassem para a aproveitar...

Mas pronto...já que não têm grande consciência acredito que não haja muito a fazer...

Será assim uma coisa tão anormal chegar a uma sexta-feira à tarde e querer descontrair? Querer combinar coisas sem fazer um grande esforço...combinar coisas tão simples que não haja possibilidade de atrofiarem com os planos?
E será assim tão difícil perceber que ao fim de uma semana se chegue ao sábado e não se queira chatear com nada...relaxar..ir andar de bicicleta para o guincho só por andar...

A simple conversation can change your day...

Ás vezes impressiono-me como um dia pode começar de forma tão rotineira..e de repente alguém se lembra de torcer os fios do destino porque não tem mais nada que fazer...ou porque tem e se sente aborrecido..tenho as minhas dúvidas sobre essas razões..enfim..continuando..visto que isto até parecia ir dar a algum lado...ah..
Portanto..num dia como todos os outros...ao fim de fazer tudo quanto era necessário fazer...já de regresso a casa resolvi utilizar mais uma vez o fantástico serviço de transportes públicos que temos nesta região...E como já é habitual com a camioneta quase completamente vazia uma senhora que teve algumas dificuldades em subir para a camioneta la resolveu ir-se sentar ao meu lado..Como sempre estava a caminho de me refugiar no meu mundo e para meu espanto ela começa a falar comigo...
E na restante meia hora que me levou a chegar a casa ela continuou a falar comigo sobre os problemas que tinha na vida, com o marido, o filho, a neta (cujos pais já morreram, o pai quando a criança tinha 4 meses e a mãe 2 meses depois, não sei de quê a senhora não me disse..também não achei que fosse relevante), problemas de dinheiro quer para se sustentar quer para ajudar alguns dos seus amigos..bem a senhora falou e falou..e eu ouvi..e a senhora no meio das suas histórias..algumas até bastante interessantes..disse uma coisa que me deixou a pensar o resto do dia..pediu-me desculpa muito educadamente por me estar a incomodar mas que não tinha mais ninguém que tivesse sequer paciência para a ouvir..disse também que estava muito mais leve e que iria continuar o seu dia, pelo menos, mais feliz do que até aquele momento...
Pois é..então fiquei a pensar...como é que é possível que o marido daquela senhora nem sequer se dê ao trabalho de falar com ela..tal como o seu filho..que (pelo que percebi) mesmo morando longe..não custa nada telefonar..
Até que ponto é que uma pessoa chega para ir no meio da rua e começar a contar tudo da sua vida a um completo estranho...bem..pelo menos fiz a senhora mais feliz do que estava..fiquei feliz por ela..ela lá foi toda contente sentada a meu lado até eu ter de sair da camioneta..e agradeceu-me de novo aquando da minha saída....